segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Gran Torino

Um update interessante ocorreu em relação ao post anterior. Eu tinha dito que passei um mês esperando Gran Torino pela Netmovies, com ele sempre como primeiro da minha lista e, curiosamente, recebi o filme hoje e já assisti.

Considero Clint Eastwood um grande ator e diretor, então tinha expectativas elevadas para esse filme que me surpreendeu mais do que esperava.

Pelo enredo – a história de um veterano da Guerra da Coréia vivendo em um bairro tomado por asiáticos que, apesar de desprezar seus vizinhos, torna-se uma espécie de herói para eles quando enfrenta uma gangue local e passa a ajudar o jovem Thao – dá para se esperar uma série de clichês. De cara você imagina o filme de “educador”, com o velho ensinando o jovem vizinho e aqueles filmes de superação onde um sujeito supostamente acabado usa sua experiência e sai vencedor diante aqueles que duvidavam da sua capacidade. Imagina também o cara realizando feitos impossíveis, mas verossímeis quando se deixa levar pelo embalo da história (como, por exemplo, em Rocky Balboa).

Você está preparado para um filme desses, ou, no máximo, um filme desses com um algo a mais. E, então, Clint vem e te surpreende com um filme brilhante, realista, nada politicamente correto sobre um sujeito vivendo em uma realidade fora dos padrões com que ele sempre regrou sua vida.

O personagem central, Walt Kowalski grunhe com os filhos e netos por achar eles mal-educados e desrespeitosos. Não mede as palavras para falar com os seus vizinhos falando todo tipo de ofensa racista que lhe vem naturalmente à cabeça. Mesmo assim, acaba encontrando nessa comunidade asiática que lhe cerca uma oportunidade para viver com dignidade que ele entende como correta.
O filme é conduzido de forma genial e acaba relacionando o personagem principal com seu Gran Torino 1972 - um carro raro bem conservado, montado com suas próprias mãos quando trabalhava na fábrica da Ford.

É interessante notar que, apesar dele ter todo trabalho para conservar o carro e se orgulhar dele, Walt não é mostrado dirigindo o veículo no filme. Ele usa uma velha picape, também da Ford.

Pensando em torno da metáfora do homem como reflexo do seu carro, faz todo o sentido essa ideia em relação ao belíssimo e surpreende final desse filme.

Para resumir em uma frase como aquelas citações de revistas e jornais para vender algo: Gran Torino é o filme onde o impossível não acontece.

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2 comentários:

Amalio Damas disse...

Eu sou fã incondicinal de Clint Eastwood. A cada filme ele se reinventa e se mostra um artesão. Sem efeitos especiais mirabolantes apenas com histórias surpreendentes. Isso vem acontecendo desde Os Imperdoáveis, um revival dos westerns, desgastados pelo tempo, depois As Pontes de Madison, saindo totalmente do tipo durão que sempre interpretou e depois Menina de Ouro, tocando num tema delicado, sem ser partidário ou desrespeitoso. Enfim, Clint Eastwood é daqueles que serão lembrados por muitos anos. Deixou um legado.

Anônimo disse...

Gente esse filme é maravilhoso...Me fez refletir e o final apesar de meio triste é muito emocionante...Amei ♥
Ele apesar de parecer um pouco assustador ele é apenas um homem rancoroso e solitário...Precisavam entender ele...Acho interessante na parte que ele esta no banheiro e fala o seguinte:
- Meu Deus! Esse povo gosta mais de mim do que minha própria familia!
Muito bom mesmo o filme