quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Ouvimos: Madeleine Peyroux



Como eu falei no post anterior, ontem fui à Via Funchal assistir ao show de Madeleine Peyroux.

Durante o show eu fiquei pensando o que escreveria aqui. É um vício que eu tenho que às vezes até me atrapalha quando leio um gibi ou vejo um filme, pois já vou tentando elaborar uma crítica. Tento sair com a resenha escrita na cabeça e isso dificulta a apreciar totalmente as coisas.

O triste fato é que logo eu percebi que não sou crítico de música e, mais importante, que não tenho a base teórica e as experiências necessárias para querer falar com propriedade de uma música, cantora ou show.

Eu tenho um gosto musical meio estranho. Sou fã de música pop, acho que já falei sobre isso no post sobre o Badly Drawn Boy, mas, por certas influências, eu gosto de umas velharias, principalmente de blues. Não gosto de falar que gosto dessas coisas porque me parece muito pretensioso e eu estou longe de ser um fino apreciador de blues, jazz e suas variações.

Mas enfim, esse gosto tem sido satisfeito ultimamente por alguns cantores novos que estão surgindo revigorando os velhos estilos, rejuvenescendo, alguns, até os deixando mais próximo do Pop. Uma dessas artistas é Madeleine Peyroux.

Ela tem sido vendida como a nova diva do jazz, contudo, isso é só publicidade. Peyroux está longe de ser uma diva e dá claros sinais de que nunca quis ser e não pretende mudar isso. Madeleine é simples, canta de calça jeans, com um visual leve e despretensioso. Mais do que isso, ela é extremamente tímida. Pode parecer estranho dizer que alguém que sobe ao palco é tímido, mas ela é. Sempre retraída, falando pouco, vem, faz seu show e, apesar da fama adquirida, ainda espera uma aprovação da platéia, um sinal de que está fazendo a coisa certa.

Quanto a música, ela realmente tem uma base forte de jazz, mas um jazz bem calminho, bem gostoso para ouvir pensando na letra e em todos os sons que compõe aquela música. Contudo ela não se limita ao jazz, notam-se claramente várias levadas puxadas do blues e, pelo menos em uma música, ela mostra que conhece bossa nova e um pouco de samba fazendo um som quase que brasileiro.

No geral ela é encantadora. O show é agradável e a banda que a acompanha é fantástica. Na verdade, apesar de toda a publicidade estar centrada nela, no palco, ela dá bastante espaço para os músicos que a acompanham e eles sabem o que fazem.


É isso, se alguém que acompanha o blog estava lá, fale aí para a gente o que achou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, eu não estava no Funchal, mas assisti ao show dela em Ouro Preto na sexta passada, e é bem isso que você falou: ela é tímida e quer fugir do estereótipo de diva. Além de que não se preocupa em agradar público: ela refez todos os arranjos do último disco, ou seja, despreocupa-se se vão cantar junto, quer liberdade. O legal, é que almoçando em um restaurante de lá, eu a encontrei, disse que era fã e tirei foto com ela. Ela foi muito simpática, disse que tocar em Sampa seria uma bênção e confirmou que a música Half a perfect world é uma bossa nova. É isso, agora é seguir a carreira dessa artista de quilate. Abraços. Eduardo Passos: passos.edu@ig.com.br

Lucas Ed. disse...

Ah, eu não quero comentar sobre o post. Do contrário, quero falar do artigo sobre Batman: Um ano depois, mas o mural me parece uma ferramenta em enorme desuso!
Cara, eu sou obrigado a discordar da matéria! Sim, o Batman teve fatos escabrosos em sua vida nos últimos anos (como a Leslie assassina), mas as aposentadorias de Bullock e Gordon não tinha sido uma dessas agruras! Muito pelo contrário, era um avanço e tanto, realisticamente falando... Voltar com os dois policiais me parece um ato infantil e preguiçoso, com uma justificativa amarga de se engolir. Digo preguiçoso porque Akins e sua turma podia (e geravam) boas histórias, basta ver Gotham Central, mas exigiam mais trabalho por não serem de fácil reconhecimento pelo grande público.
Daí vem essa medida preguiçosa, trazer o Gordon de volta!
Pra mim, isso só se justifica se, daqui em diante, acontecer justamente o oposto do que o autor da matéria sugere: desconectar totalmente o universo do Morcego da cronologia da editora e de sua própria cronologia, e contar sempre histórias soltas, sem preocupações com fatos que já ou não aconteceram, fazer do Batman sempre um "All-star": manter todos os elementos clássicos e contar as histórias que der vontade...