Estou dando um tempinho com os quadrinhos. Li bastante coisa legal, tenho um punhado de Marvel pela frente, então estou aproveitando para curtir alguns livros.
Acabei a primeira parte de On the Road - Pé na Estrada o clássico da geração beat escrito por Jack Kerouac, que batizou a geração beat. É engraçado que se fala tanto desse livro e lendo o prefácio escrito por Eduardo Bueno você tem vontade de ler todos os livros de Kerouac, menos esse.
Na verdade lendo a introdução eu lembrei porque eu detesto ler introduções... tanto que eu pulei a introdução, li toda a primeira parte e só então fui ler a dita cuja.
Uma coisa interessante é que falam que esse livro é sobre a viagem de Sal Paradise e Dean Moriarty pelos EUA, contudo, nessa primeira parte, que toma praticamente um terço do livro, os dois quase não se encontram. Como bem resumiu o Diego pelo que eu lhe contei, parece a história de como Sal e Dean se desencontram.
Outra questão importante é que a linguagem dele. É uma linguagem chata, que não flui tão bem, você quer acompanhar aquela história fantástica, mas não consegue ficar ali mais de dois ou três capítulos seguidos. Inevitavelmente é necessária uma pausa, ler outra coisa e depois voltar.
A explicação para isso está no prefácio. Jack escreveu o livro em seu estilo espontâneo, mas no decorrer dos anos que ficou tentando publicá-lo foi reescrevendo e, aos poucos, matando parte daquela naturalidade impulsiva da sua escrita. Pior que isso, quando a editora Viking finalmente resolveu publicar, eliminou mais de 120 páginas de história e adaptou o que achou necessário no meio do caminhou, tornando o livro bem diferente da visão original de Kerouac.
Apesar disso tudo estou adorando ler On the Road. É uma coisa sensacional que vale pelo espírito da época que ele realmente capturou. Ver como o mundo era diferente, ver como tudo era mais simples, imaginar um cara em uma grande viagem pelos EUA cruzando o país de costa a costa com 50 dólares do bolso é surpreendente.
Fora que a empolgação com que ele fala sobre tudo, a energia que ele tem, sei lá, dá aquela sensação libertadora de querer ser como ele. Um dia ter o desejo de ser um operário na colheita de algodão pela vida toda, no outro voltar para a estrada.
É maluco, é interessante, não sei se manterei essa opinião até o final, mas aqui eu diria que é uma leitura obrigatória.
Se interessar compre o livro na Cultura por R$ 19,50 (edição de bolso é claro, ideal para acompanhar nas viagens!)
Um comentário:
Acabei de ler Memorial de Maria Moura da Rachel de Queiroz, que livro! Li também, Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, Tocaia Grande de Jorge Amado e Um Certo Capitão Rodrigo de Érico Veríssimo. Só crássico du bão!
Postar um comentário