quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

On the Road

Estou dando um tempinho com os quadrinhos. Li bastante coisa legal, tenho um punhado de Marvel pela frente, então estou aproveitando para curtir alguns livros. 

Acabei a primeira parte de On the Road - Pé na Estrada o clássico da geração beat escrito por Jack Kerouac, que batizou a geração beat. É engraçado que se fala tanto desse livro e lendo o prefácio escrito por Eduardo Bueno você tem vontade de ler todos os livros de Kerouac, menos esse. 

Na verdade lendo a introdução eu lembrei porque eu detesto ler introduções... tanto que eu pulei a introdução, li toda a primeira parte e só então fui ler a dita cuja. 

Uma coisa interessante é que falam que esse livro é sobre a viagem de Sal Paradise e Dean Moriarty pelos EUA, contudo, nessa primeira parte, que toma praticamente um terço do livro, os dois quase não se encontram. Como bem resumiu o Diego pelo que eu lhe contei, parece a história de como Sal e Dean se desencontram.

Outra questão importante é que a linguagem dele. É uma linguagem chata, que não flui tão bem, você quer acompanhar aquela história fantástica, mas não consegue ficar ali mais de dois ou três capítulos seguidos. Inevitavelmente é necessária uma pausa, ler outra coisa e depois voltar. 

A explicação para isso está no prefácio. Jack escreveu o livro em seu estilo espontâneo, mas no decorrer dos anos que ficou tentando publicá-lo foi reescrevendo e, aos poucos, matando parte daquela naturalidade impulsiva da sua escrita. Pior que isso, quando a editora Viking finalmente resolveu publicar, eliminou mais de 120 páginas de história e adaptou o que achou necessário no meio do caminhou, tornando o livro bem diferente da visão original de Kerouac. 

Apesar disso tudo estou adorando ler On the Road. É uma coisa sensacional que vale pelo espírito da época que ele realmente capturou. Ver como o mundo era diferente, ver como tudo era mais simples, imaginar um cara em uma grande viagem pelos EUA cruzando o país de costa a costa com 50 dólares do bolso é surpreendente. 

Fora que a empolgação com que ele fala sobre tudo, a energia que ele tem, sei lá, dá aquela sensação libertadora de querer ser como ele. Um dia ter o desejo de ser um operário na colheita de algodão pela vida toda, no outro voltar para a estrada. 

É maluco, é interessante, não sei se manterei essa opinião até o final, mas aqui eu diria que é uma leitura obrigatória. 

Se interessar compre o livro na Cultura por R$ 19,50 (edição de bolso é claro, ideal para acompanhar nas viagens!)

Um comentário:

Amalio Damas disse...

Acabei de ler Memorial de Maria Moura da Rachel de Queiroz, que livro! Li também, Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, Tocaia Grande de Jorge Amado e Um Certo Capitão Rodrigo de Érico Veríssimo. Só crássico du bão!