Se você não viu, aqui estão os posts do Volume 1 e Volume 2.
O problema dessas histórias bizarras é que você quer ler logo tudo para ver como acaba, ainda mais quando um monte de gente fala que é tão genial.
Então não demorei muito para chegar no terceiro volume e confesso que me surpreendi bastante.
A primeira história, da Zatanna é excelente. Faz tempo que eu não lia uma história de magia e ação tão boa. Nela Zatanna, sem poderes, e sua nova e muito estranha aprendiz vão para uma loja de magia para se defender a criatura que Z tinha invocado quando inconscientemente fez um feitiço conjurando o “homem ideal”.
Muito boa a luta. Muito legal a chegada do Vingador Fantasma na última cena. Tudo isso em um desenho muito sintético, muito redondo, muito bem feito por Ryan Sook. Perfeito para a Zatanna.
O seguinte, Klarion, o Menino-Bruxo, é uma história que se fosse lida solta não teria muita graça. Mas na ordem que foi publicada, sobrepondo ela com o que foi visto em Guardião de Manhattan no Volume 2, ela fica divertida.
Outra coisa, em cima dela dá para criar um punhado de teorias malucas, sobre os Sheedas, Nova York e, principalmente formar uma linha do tempo.
Na verdade o que está salvando esse título, além da arte que fabulosa de Frazer Irving, são essas possibilidades de viagem teorias entre as outras séries e a idéia da formação de algo maior. Porque a história em si, não empolga em nada.
Cavaleiro Andante eu confesso que agrada mais por um gosto pessoal do que qualquer coisa. Sou fascinado por histórias de cavalaria, mesmo quando envolvem viagem no tempo. Mesmo assim não gostei dessa edição.
Achei muita enrolação a maior parte dessa edição ser duas investigadoras burocratas discutindo o que fazer com Justin e quem exatamente ele é, mas em todo caso...
Também não entendi porque não foi usado o fato dele ter aprendido misteriosamente a falar o idioma corrente no final da edição passada. E é bem impressionante que nenhum outro personagem ache estranho uma a agente do governo conseguir falar fluentemente uma língua mais do que morta que não se tem nenhuma referência fonética que dificilmente ela teria oportunidades de treinar sua conversação. Mas tudo bem, até aí é coisa de histórias em quadrinhos.
No fim a passagem quando a Rainha se revela e os Sheedas atacam é tudo muito rápido e confuso.
O desenho é bem legal. Mas, o roteiro fica nessa de tenta criar um humor, com tensão e ainda ação e no fim da uma embolada.
Agora, o que realmente não me desce é o Guardião de Manhattan. Começa com o desenho dele com um que visual destoa de todo o resto da revista. Depois as histórias são bizarras, sempre começam no meio de uma ação supostamente urbana, mas muito surreal.
O pior foi o final quando é revelado que o Ed é um bebê cabeçudo todo estranho. Não rolou.
Aqui está o link para a resenha do Eduardo Nasi no UHQ.
Agora sim, acho que nem vale a pena comentar muito o texto do Nasi, vai lá e leia. Vale a pena porque ele faz justamente o que eu não costumo fazer: dar um passo para trás e olhar em volta.
Nasi se pega bastante no hype, na discussão e todo o movimento em torno da revista criado pelos fãs do Morrison. Acho bem bacana a teoria dele, toda a explicação dele é bem fundamentada.
Contudo, ainda assim acho que isso não eleva tanto o patamar dessa revista. Tem coisas legais, aqui no post eu falei um punhado delas. Mas não é uma revista quase perfeita, muito pelo contrário. Todo esse efeito comunicativo, esse joguinho de adivinhar e criar um burburinho que vai espalhar por uma multidão não funciona muito bem porque se perde em uma falha fundamental: a graça de tudo está em coisinhas que pouquíssimas pessoas conseguem sacar e entender.
Lendo as notas da edição anterior eu vejo nem arranhei a superfície dos joguinhos mentais do Morrison. Isso é legal. Sim até um ponto. Deve-se tomar cuidado pois existe um momento que o negócio fica tão hermético, tão incompreensível que você não pode mais dizer que é genial, porque não é mais acessível.
Olhando o entorno como Nasi faz, eu entendo porque aplaudir colocar em um pedestal essa revista. Olhando mais de perto, como eu faço, sinceramente, não é tudo isso. Pelo menos ainda não.
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