Grant Moririson é uma séria divergência entre dois amigos, ambos grandes entendedores de quadrinhos, que eu respeito muito. Eduardo Nasi o acha genial, Sidney Gusman, nem tanto. E, de todos os trabalhos do cara, o que eu mais vi os dois discordarem é o Sete Soldados da Vitória.
Como um dos principais argumentos contra é supostamente se tratar de uma revista muito hermética, eu proponho uma experiência:
Eu não sou grande fã da DC, muito pelo contrário, sou um leitor relativamente recente, passei a ler basicamente depois da existência da Panini e, a partir daí retroagi no essencial. Então vou ler cada edição Sete Soldados, vou fazer meus principais comentários, depois vou ler a resenha no UHQ (do 1 ao 7 feitas pelo Nasi e a 8 pelo Delfin) e falar um pouco sobre a visão deles.
Vamos ver se chego a algum lugar. Começando aqui o volume um:
Dificilmente eu leio introdução e prefácios de livros, gosto de partir para a leitura e depois voltar, mas em quadrinhos, acho que o pouco texto acaba no atraindo para qualquer lugar que tenha uma concentração maior. Então de cara me empolguei lendo a introdução do Grant Morrison. A proposta da revista é bem legal, um grupo que não se reúne resolvendo um problema que os liga. Me pareceu pouca história para tanta proposta (contar sete origens e ainda ligar tudo isso), mas vamos ver.
A primeira história da revista, Estranhas Aventuras, faz jus ao nome. O prólogo e o epílogo são uma grande viagem até o momento sem muito sentido. Certamente aquelas coisas que estão ligadas com algo lá no final da história, mas que vão demorar tanto para ter propósito que é melhor anotar para não esquecermos. O miolo é divertido. É a construção e destruição de uma equipe de segunda categoria de super-heróis. Reunidos por um velho herói para combater um inimigo que sobreviveu do passado, eles são um grupo ligados pelo fetiche de ser super-heróis e a admiração que o fã tem por essas figuras. É uma sacada legal, mas não sustenta tanto a revista. O que vale mais é a arte de J.H. Williams III, principalmente os enquadramentos que ele faz.
Em seguida começa realmente a proposta de Morrison de contar a história dos tais Sete Soldados. O Último Cavaleiro de Camelot mostra Justin, o Cavaleiro Andante. É uma história de bons momentos, mas no geral bem confusa. Um grande mérito está na arte de Simone Bianchi. Aliás, o trabalho dele em Sete Soldados mostra como ele tem um péssimo colorista em Wolverine. É o mesmo artista, as mesmas técnicas e aqui funciona muito bem, enquanto lána Marvel afunda como uma pedra.
A revista fecha com a primeira história do Guardião de Manhattan. Essa história eu confesso que não sei o que dizer. Ele talvez deva ser o herói urbano do grupo, mas começa com uma história bizarra de piratas no metrô de Manhattan. De todas foi a única que eu achei que nada combinou com nada, os personagens, os elementos, tudo parece muito artificial e estranho.
A resenha do Nasi está aqui e nota-se grande expectativa com a série.
É engraçado o quanto a mais ele viu na minissérie do Guardião que eu não dei nem bola. Interessante essa idéia dele ser oficialmente uma espécie de herói/repórter. No fundo é o que o Superman é, mas só para nós leitores que sabemos de sua identidade secreta.
A idéia que o Nasi fala também sobre uma realidade participativa onde as pessoas interagem, criam e divulgam a notícia também um conceito de fundo bem diferente.
Continuo achando muita história, muita pretensão para apenas oito volumes. Vamos ver...
Um comentário:
Resumindo: masturbação morrisoniana para os fanboys que querem sentir-se intelectuais. Uma história com um propósito grandioso, que não cumpre o que promete. Frank Miller nunca declarou que iria publicar a maior história do Batman de todos os tempos, antes de lançar o Cavaleiro das Trevas. O Morrison tá parecendo o Luxemburgo e a Marta Suplicy, ele está com síndrome de Rainha da Inglaterra. Desculpe Nasi.
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