terça-feira, 11 de novembro de 2008

Minha Viagem pelo Mundo dos Sonhos - 2


Como falei em um post anterior, estou descobrindo Sandman e convido você a descobrir comigo esse quadrinho tão falado, principalmente se não leu ainda.

Uma coisa que me ocorreu enquanto lia Sandman foi uma saudade imensa do Almanaque Vertigo. Não sei se você acompanhava quadrinhos nessa época, eu na verdade não peguei o Almaque nas bancas. Comprei todos de uma vez só em um sebo em Jaú, o sebo Edgar Alan Poe ou Garagem (nem sei se está ativo ainda, depois o Diego comenta algo sobre o paradeiro recente da loja).

É engraçado como as coisas às vezes ficam meio fora de ordem na nossa cabeça, mas eu enlouqueci quando li Livros da Magia e Constantine. Como aquilo era bom. Parecia que nada nunca seria tão legal quanto aquilo.

Como eu adorava o conceito de magia naquelas histórias. Tudo era tããão real. As histórias não eram espalhafatosas, coloridas, exageradas. Eram sujas, lógicas, inteligentes, eram reais. O que era uma puta loucura porque falavam de magia, inferno, demônios, anjos, criaturas míticas, reinos fantasiosos e a Morte sendo a menina mais linda e simpática que você já imaginou quando tinha 16 anos e estava lendo um monte de coisas da Vertigo.

Que sentido tinha isso. Como tudo isso poderia parecer real. Isso deveria ser proibido, execrado, queimado. Pessoas como Gaiman, Moore, Ennis não deveriam ter as mãos cortadas ou pelo menos tudo que eles escrevessem deveria ser trancado a sete chaves e vendido de forma mais controlada que medicamentos tarjados.

As pessoas se preocupam tanto com cigarros, bebidas, impedir um menor de comprar uma Playboy, mas não tem o menor problema alguém de 15 anos ler uma revista em quadrinhos, vão dizer que é até um incentivo à leitura.

É claro que é. Eu pelo menos nunca mais parei de ler. Li tudo que pude, romances, quadrinhos, livros de bruxaria, filosofia, religião, tudo porque alguns caras sabiam contar muito bem algumas histórias.

Mas o fato é que histórias como essa enlouquecem a gente, no bom sentido é claro, e Sandman estava lá no começo de tudo. Antes da Vertigo, quando esse conceito de magia e toda essa loucura ainda estava sendo formada por Alan Moore e alguns outros, Gaiman trouxe Sandman e surpreendeu a todos.

É engraçado o fato que descobrindo Sandman eu me lembre de tudo que veio depois, de tudo que derivou dele. Mas essa lembrança só reforça a vontade de ler mais do próprio, para saber como começou esse sonho.

PS.: Escrevi uma resenha de Sandman #1 para o UHQ, leia aqui.

PS.2: Hábitos Perigosos, uma das histórias mais famosas dos Almanaques Vertigo, foi republicada pela Pixel esse mês. Imperdível. Os dois álbuns estão a venda na Banca 2000 com o desconto de sempre.

3 comentários:

Unknown disse...

Muito bons seus textos, zé.
Fico contente que tenha gostado do nosso álbum!!
abraço grande.
Cassius Medauar

Anônimo disse...

Sempre "ovo" as pessoas falarem super bem de Sandman, nunca comprei nada dele! Já sei o que vou me dar de presente de Natal esse ano, hehehe...

Amalio Damas disse...

Nunca é tarde para conhecer as grandes obras. Já vendi quase todos os meus gibis, mas não tenho coragem de vender Sandman, Cavaleiro das Trevas, Marvels, Reino do Amanhã, Palestina, À Sombra das Torres Ausentes, Mas Ele Diz Que Me Ama, Monstro do Pântano, Orquídea Negra, Kafka de Kuper, As Aventuras do Capitão Presença, Hans Staden, Lourenço Mutarelli, etc. Leio pelo menos uma vez por ano cada um deles.