quarta-feira, 21 de maio de 2008

Disciplina

Uma coisa que claramente falta para as editoras de super-heróis é ter disciplina suficiente para seguir as próprias regras. Nem vou entrar no mérito de morreu está morto porque isso definitivamente não funciona nem nunca vai funcionar.

Agora, pegando um exemplo recente da Marvel, ela lançou uma série muito legal do Punho de Ferro, essa série acabou de ser lançada aqui no Brasil pela Panini em um encadernado com as seis primeiras edições e, sem dúvida, vale a pena.

A arte é muito boa, tem, inclusive, um trabalho bacana de vários desenhistas que representam períodos distintos na linhagem do Punho de Ferro e o roteiro é bem construído e, como disse o Diego, não é "mais uma história de retorno de super-herói". Aliás, nem é um retorno porque o Punho de Ferro nunca deixou de existir, só ficou um período em baixa, principalmente por não ter título próprio.

Mas eu estou fugindo do tema do post. A questão é que recentemente a Marvel teve sua Guerra Civil e a Morte do Capitão América e tudo indicava que a editora buscava mais realismo. Assim, os heróis com identidade secreta ou se registrariam ou seriam presos ou teriam que viver realmente na clandestinidade.

Contudo, parece que isso só é válido quando é conveniente. Veja o caso do Punho de Ferro. Mesmo que sua identidade seja secreta, Tony Stark e diversos outros heróis registrados sabem quem ele é. Pior, ele não é um cidadão comum que facilmente passaria despercebido, ele é dono de uma grande corporação.

Assim, não seria obrigação de Stark, agora diretor da S.H.I.E.L.D. bater na porta do cara e arrastá-lo para fora? Ele não está somente agindo como um herói solitário combatendo o crime aqui e ali. Ele faz parte dos Novos Vingadores, um grupo de heróis renegados que é praticamente uma ofensa para a Iniciativa de Tony Stark.

Contudo, como no momento é interessante (leia-se vendável ou comercialmente viável) ter uma revista do personagem, abre-se mão dessa questão e cria-se a série. Por um lado é bom porque dá abertura para boas histórias como essa. Contudo, essa falta de disciplina abre precedente para outras situações pouco agradáveis e que geralmente revoltam os fãs.

As editoras precisam decidir se seguem ou não a cronologia, se ela é viável ou não. Caso contrário, abra-se mão dela e comece a fazer apenas boas histórias.

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