sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eu só queria passar



Ontem quando andava pelas proximidades do metrô Anhagabaú, logo cedo, me deparei com um caminhão pipa que bloqueava toda a calçada e ficaria ali por um bom tempo - usariam a água do caminhão para lavar uma longa escadaria (que pode ser acessada por outro lugar, é claro, mas ali é mais cômodo para o caminhão e os funcionários).

Assim como várias outras pessoas fui obrigado a disputar o espaço da rua, reservado para os carros de passagem e arriscar minha segurança devido ao caminho obstruído pelo dito cujo.

Então, no espírito da série de fotos "por onde eu passo" (do Flickr do Eduardo Nasi) tirei uma foto da cena (a mesma que ilustra esse post) e tuitei ela.

Até aí, nada de diferente, apenas alguns retuites de pessoas que gostaram do flagrante. O interessante aconteceu no fim do dia, quando a Sabesp começou dar explicações através do seu twitter sobre o ocorrido.

Segundo a Sabesp o caminhão não pertencia a empresa e sim a um contratado da Subprefeitura da Sé que foi prontamente notificada e, ainda segundo a assessoria da Sabesp, se incumbiu de advertir o motorista do caminhão.

Confesso que fiquei impressionado com a repercussão da foto que levou a um resultado que eu nem imaginava. Eu só queria passar mesmo e quis dividir com meus amigos esse fato.

Agora, isso levanta um questão muito importante: estamos sendo vigiados.

Não digo que isso seja exatamente ruim, se você não está fazendo nada de errado, não tem porque se preocupar com o monitoramento de sua autodivulgação virtual.

Nesse caso em específico esse monitoramento trouxe um resultado positivo: apontei um problema sem usar os canais oficiais para isso e ele teve, pelo menos, um acompanhamento dos responsáveis.

Mas fica aqui um ponto para refletir: tudo que você lança na internet se torna público e essas falas aparentemente insignificantes são analisadas por milhares de sistemas de busca que monitoram palavras específicas e filtram para diversas pessoas ou empresas o que diz respeito a ela.

Obs: O Eduardo Nasi e o Marcelo Soares fizeram duas observações importantes sobre esse caso: 1- a única indentificação no caminhão é o logotipo da Sabesp. A empresa tem que pensar em sua imagem e escolher melhor onde estampa sua marca, pois, situações como essa podem causar várias confusões sobre quem é responsável pelo caminhão.
2- A Subprefeitura advertiu a empresa, mas porque não multá-la? Será que a empresa tem permissões que sobrepõe o fato óbvio que lugar de veículos motorizados e na rua e não na calçada?

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