Já repararam que tem coisas que se cristalizam no imaginário popular de tal forma que os roteiristas nem precisam se esforçar para explicar o que está acontecendo porque só de ver as pistas já sabemos do que se trata.
Me explico. Ontem estava assistindo Alice, já falei dela aqui outro dia, e, como disse ela tem tido um relacionamento sexual com outro personagem na história, aliás, interpretado pelo Eduardo Moscovis, e no episódio deste domingo ela passou a sentir alguns enjoôs.

É engraçado como esses mecanismos funcionam para sintetizar uma dezenas de voltas que o roteirista teria que dar, como servem para marcar a passagem do tempo sem necessariamente dizer que x semanas se foram. Ao mesmo tempo ativam na nossa cabeça como leitor (usando aí o termo em sentido mais amplo) esse conjunto de significados, reforçam a essa idéia de que aquela cena tem esse sentido, ou seja, enjôo=gravidez, e implantam em novos leitores esse conceito.
Essa é mais uma daquelas coisas interessantes da cultura pop que, por ser feita em grande quantidade, grande velocidade, passa a se auto-referir muito rapidamente e tem essa capacidade de criar, alimentar e utilizar um conceito sem grande dificuldade, pois ele se propaga quase que exponencialmente graças a diversos autores/leitores replicantes de idéias.
PS.: Reforçando essa teoria, você que leu o post agora vai ter consciência dessa ligação enjôo-gravidez, então, mais uma vez o conceito foi propagado e pode ser usado com mais eficiência.
3 comentários:
Outro dia assisti o seriado As Novas Aventuras de Christine, quando ela tem relações sexuais com o ex-marido num fim-de-semana. Os dois encaram tudo normalmente, vivem suas vidas de forma despreocupada até que ela começa a ter sintomas de gravidez e a coisa começa a ficar série, mas nem tanto, já que a série é uma comédia.
Até que consegue ser interessante essa série Alice. Comecei a assistir meio que na dúvida, mas até que no fundo é bom.
depois do terceiro episódio parece a série dá uma boa intensificada.
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