Não é só entre os fãs de quadrinhos que as republicações estão na moda. Este ano tem sido muito movimentado no ramo de reedições de obras de escritores brasileiros. Além da comemoração do centenário da morte de Machado de Assis, com uma grande variedade de edições em sua homenagem, já saíram reedições das obras de João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, Mário de Andrade e da obra adulta de Monteiro Lobato.
Em geral, esses lançamentos costumam ser em um formato chamativo, sofisticado, um hábito comum no mercado brasileiro de livros e que é uma faca de dois gumes para o leitor. Se por um lado ajuda a chamar a atenção para o livro e oferece um material de qualidade, durável; de outro eleva o custo de forma às vezes desnecessária.
Há certas compensações neste mercado de livros de preço elevado. Uma rápida comparação com a apresentação de livros de outros países mostra como os brasileiros estão muito a frente em relação a desing de capas e formato. Isso com certeza é uma particularidade do nosso mercado livreiro que deve explicar algumas coisas sobre nossa relação com a leitura, uma vez que no design do suporte material do livro existem signos que acabam por dialogar com o conteúdo da obra, de modo que o objeto que o leitor tem em mãos torna-se ainda mais uma antena para certos valores e pensamentos.
Porém, seria bom ver esses mesmos autores podendo chegar a novos perfis de leitores, com menor poder aquisitivo. Especialmente os citados acima, cujas obras oferecem olhares especiais sobre os parodoxos e vicissitudes da sociedade brasileira.
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